A Depressão NÃO é Sua Culpa – Veja as Causas

A depressão é uma condição complexa que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. É mais do que tristeza; é um estado profundo e persistente que pode impactar todas as áreas da vida. Neste artigo, abordaremos as possíveis causas e os sintomas da depressão em diferentes fases da vida, ajudando a desmistificar essa condição e trazendo informações valiosas para quem busca compreensão.

O que é Depressão?

A depressão é um transtorno mental que afeta a forma como uma pessoa pensa, sente e envelhece. Ela pode causar uma sensação contínua de desesperança, esgotamento e desinteresse pelas atividades diárias.

Segundo a OMS, mais de 300 milhões de pessoas sofrem de depressão, e uma boa parte delas comete o suicídio, é a segunda principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos e infelizmente está frequentemente associado ao transtorno. Então compreender suas causas e sintomas é o primeiro passo para buscar ajuda.

Possíveis Causas da Depressão

A depressão pode ter origens biológicas, psicológicas e sociais. Entre as causas mais comuns estão:

• Fatores Genéticos: O histórico familiar de depressão aumenta conforme as chances de desenvolver o transtorno.
• Alterações Químicas no Cérebro: Desequilíbrios de neurotransmissores como serotonina e dopamina podem desencadear ou agravar a depressão.
• Eventos Estressantes: Perdas, traumas, desemprego e mudanças bruscas na vida são gatilhos conhecidos.
• Estilo de vida: falta de sono, má alimentação e sedentarismo podem contribuir para o aparecimento de sintomas.
• Questões Socioculturais: Estigmas, isolamento social e desigualdades podem impactar profundamente a saúde mental.

Depressão nas Várias Fases da Vida

A depressão pode se manifestar de forma diferente ao longo das fases da vida, refletindo as especificidades de cada período. Entender esses sinais é um passo essencial para ajudar uma pessoa a encontrar apoio e tratamento adequado. A seguir, destacamos os principais aspectos da depressão em cada etapa, com informações apresentadas e acolhedoras.

Infância: Um mundo de descobertas e desafios emocionais

A infância é um período de formação em que vínculos afetivos e um ambiente acolhedor são cruciais para o desenvolvimento saudável. Quando esses pilares estão abalados, podem surgir sintomas de depressão. Perdas afetivas, conflitos familiares, violência física ou emocional e a ausência de apoio parental são causas frequentemente associadas.

Os sinais em crianças podem ser sutis e, muitas vezes, confundidos com birras ou mudanças de comportamento. Observe se há:

• Perda de interesse em atividades antes consideradas divertidas;
• Problemas de aprendizagem ou dificuldade de concentração;
• Comentários sobre morte ou desejo de se desfazer de objetos pessoais (pertences, brinquedos favoritos);
• Isolamento social , tendência a fugir de casa ou menções de despedida (cartas de despedida);
• Alterações no apetite  e no peso (falta ou excesso de fome);
• Mudanças no sono , como dormir demais ou insônia;
• Inquietação ou irritabilidade sem motivo aparente.

É essencial estar atento e oferecer um ambiente seguro onde a criança se sinta ouvida e compreendida.

Adolescência: A tempestade das mudanças

A adolescência é marcada por mudanças intensas no corpo, na mente e nas relações sociais. Nesse período, pode ser difícil diferenciar a instabilidade emocional típica da fase de sinais de depressão. Contudo, experiências traumáticas, como bullying, abuso sexual ou perdas significativas, podem desencadear quadros depressivos.

Fique atento a:

• Ansiedade e medo intensos , muitas vezes acompanhados de isolamento;
• Alterações de humor abruptas e dificuldades em expressar emoções;
• Abuso de substância , como álcool ou drogas;
• Desempenho escolar em queda devido à falta de concentração ou motivação;
• Alterações no sono e na alimentação , refletindo desregulação emocional.

Criar um espaço onde o adolescente se sinta aceito, livre de julgamentos e estimulado a falar é crucial para compreender o que está acontecendo.

Mulheres Adultas: A busca pelo equilíbrio em múltiplos papéis

As mulheres frequentemente desempenham diversos papéis ao longo da vida — como mães, esposas, trabalhadoras e cuidadoras — e são mais suscetíveis às flutuações hormonais, especialmente durante a gravidez, pós-parto e menopausa. Esses fatores podem contribuir para o surgimento ou agravamento da depressão.

Alguns fatores de risco incluem:

• Experiências de abuso físico ou emocional, em qualquer fase da vida;
• Mudanças de vida significativas , como a chegada de um filho ou perda de um ente querido;
• Tristeza persistente que interfere nas atividades cotidianas (perda de emprego, divórcio);
• Depressão pós-parto , marcada pela dificuldade em criar vínculo com o bebê.

Oferecer apoio emocional, estimular a busca por ajuda profissional e respeitar o tempo de recuperação são passos fundamentais para ajudar mulheres no sofrimento.

Homens Adultos: A força que esconde a dor

A cultura muitas vezes exige que os homens sejam “fortes”, mascarando sua vulnerabilidade. Isso pode atrasar a busca por ajuda, agravando os sintomas. Situações como desemprego, problemas conjugais, problemas graves e inesperados de saúde e dificuldades financeiras são comuns disparadores.

Entre os sinais mais comuns estão:

• Isolamento social , mesmo entre familiares e amigos;
• Explosões de raiva ou irritabilidade exacerbada;
• Uso abusivo de álcool como mecanismo de fuga;
• Dificuldade em lidar com fracassos , sejam profissionais ou pessoais.

A empatia e o incentivo à busca de suporte emocional podem ser transformadores, ajudando a desconstruir estereótipos contratados.

Idosos: A solidão em meio às memórias

Com o avanço da idade, muitos idosos enfrentam perdas significativas, como a morte de amigos e familiares, bem como limitações físicas impostas por doenças crônicas. Isso pode levar à sensação de inutilidade ou abandono, alimentando quadros de depressão.

Os sinais incluem:

• Tristeza profunda que dura semanas ou meses;
• Alterações no apetite ou grande dificuldade em se alimentar;
• Falta de motivação para atividades diárias;
• Choro frequente sem motivos aparentes;
• Desânimo generalizado , muitas vezes confundido com “parte do envelhecimento”.
• Alteração rápida de humor.

Promova o convívio social, ofereça momentos de atenção e compreenda suas necessidades emocionais são formas valiosas de suporte.

Como ajudar alguém com depressão

1. Entenda o problema: Informe-se sobre os transtornos psicológicos para identificar sintomas e oferecer apoio eficaz.
2. Escute sem julgar: Evite frases que minimizem o sofrimento, como “isso é falta de vontade”, “Há pessoas com problemas maiores que os seus”, “Viu, eu te disse!”. O acolhimento é essencial para quem sofre.
3. Incentivo à busca por ajuda: Muitas pessoas relutam em procurar ajuda. Ofereça-se para marcar consultas e acompanhe o tratamento.
4. Combate ao preconceito: Transtornos psicológicos são condições reais que podem ser tratadas. Sensibilizar a sociedade é crucial para reduzir o estigma.

A Importância de Procurar Ajuda

Independentemente da fase da vida, reconhecer os sinais de depressão é essencial para buscar apoio. A depressão não é uma fraqueza ou falta de esforço pessoal; é uma condição tratável. Psicoterapia, medicação e mudanças no estilo de vida são algumas das ferramentas disponíveis para alívio e recuperação.

Se você ou alguém próximo está enfrentando sintomas de depressão, saiba que não está sozinho. Reconhecer os sinais e buscar ajuda são os primeiros passos para uma vida mais equilibrada e saudável. A depressão pode ser um desafio, mas com apoio e tratamento, há sempre esperança.

---

Referências Bibliográficas

• Portal Beyond Blue>Personal stories.”I came because I didn’t want to die”-Jake’s story of anxiety, depression and therapy.ONG Australiana cujo foco é ajudar pessoas com transtornos psicossomáticos a encontrar tratamento e cura. O texto foi traduzido e adaptado para esta publicacão. Disponivel em:<https://bit.ly/3E3jOw9>.Acessado em 13 fev.2023.
• CANALE, A; FURLAN, M. M.D.P.Depressão. Arquivos do Mudi,v.11,n.1,p.23-31,3 mar.2013.Disponível em:<https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/ArqMudi/article/view/19991>.Acessado em 12 jan.2023.
• Organizacão Pan-Americana da Saúde.Depressão.Disponível em: https://www.paho.org/pt/topicos/depressao>.Acessa-do em 12 jan.2023.
• SCHWAN,Soraia;RAMIRES,Vera Regina Rohnelt.Depressão em criancas: Uma breve revisão de literatura. Psicol. Argum.,Curitiba,v.29,n.67, p. 457-468, out-dez 2001. Disponível em:<https://periodicos.pucpr.br/psicologiaargumento/article/vie w/20307/19579>.Acessado em 12 jan.2023.
• MONTEIRO, K.C.C.;LAGE, A.M.V. A depressão na adolescência.Psicologia em Estudo, v. 12, n. Psicol. Estud., 2007 12(2),maio 2007. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S141373722007000200006>.Acessado em 12 jan.2023
• DRAGO,Susana Margarida Santos.A depressão no ldoso.Ins-tituto Politécnico de Viseu, Escola Superior de Saúde de Viseu,2011. Disponível em: <http://hdl.handle.net/10400.19/1663>.Acessado em 12 jan.2023.
• ALEXANDER,Stacia,PhD.Depression in Women-Types,Causes,Symptoms,and Treatments.Portal Psycom. Traduzido e adaptado para esta publicação. Disponível em: <https://bit.ly/3xjyCTG>.Acessado em 13 fev.2023.
• National Institute of Mental Health. Depression in Women:5 Things You Should Know. Traduzido e adaptado para esta publicacão.Disponível em:<https://bit.ly/3E4tnes>.Acessado em 13 fev.2023.